Aula 1

SUMÁRIO DA AULA

Nesta aula, os alunos são apresentados aos companheiros de IA (aplicações de “amigos virtuais” com quem se pode conversar). Primeiro, exploram para que podem servir estes companheiros e porque são atrativos para jovens. Depois, comparam um amigo humano com um amigo de IA, discutindo diferenças essenciais como sentimentos reais versus empatia simulada. Finalmente, preenchem a ficha Reflexões sobre os Companheiros de IA e partilham preocupações, dúvidas e limites sobre o que fariam ou não com este tipo de app. A aula termina com uma reflexão sobre privacidade, solidão e a importância de manter ligações humanas reais.

MATERIAIS

• Documento Descarregável: Reflexões sobre os Companheiros de IA;
• Quadro, canetas e marcadores;
• Computador ou projetor (opcional);
• Folhas A4 para registo das respostas e partilhas;

Ligações e Materiais externos:

Padlet: https://padlet.com/

PREPARAÇÃO

 Fazer o passo-a-passo para os alunos;
• Rever o passo-a-passo para os professores.
• Imprimir um exemplar do Documento Descarregável: Reflexões sobre os Companheiros de IA para cada aluno.
• Preparar exemplos de aplicações conhecidas (ex.: Replika, Character.AI, Woebot).
• Organizar a sala em pares ou pequenos grupos para debate.

PLANO DA AULA

1. Boas-vindas e introdução ao tema: “IA que fala connosco” e “Companheiros de IA”.
2. Atividade em pares: “Para que serve um companheiro de IA?” – recolha de ideias.
3. Debate em grupos: “Amigo Humano vs Amigo de IA” – semelhanças e diferenças.
4. Atividade individual: preencher a ficha Reflexões sobre os Companheiros de IA, seguida de partilha em pequenos grupos.
5. Discussão orientada: o que não contaríamos a uma IA? Pode ajudar na solidão?
6. Conclusão: principais ideias sobre privacidade, empatia simulada e importância das relações humanas reais.

Orientações complementares

A seguir partilhamos algumas orientações e sugestões de diálogo que pode ter com os alunos em cada etapa desta aula:

Introdução (item 1 do passo-a-passo para os alunos)

Comece a aula questionando:

“Quem aqui já falou com a Siri, a Alexa ou um chatbot como o ChatGPT? Podem levantar a mão?”

Espere que alguns alunos respondam.

“Todos estes são exemplos de inteligência artificial que fala connosco. Chamamos-lhes chatbots.”

Escreva no quadro:
IA que fala connosco = Chatbots.

Depois introduza o conceito de companheiro de IA:

“Hoje vamos falar de um tipo específico de chatbot: as aplicações de companheiros de IA, uma espécie de ‘amigo virtual’ com quem podemos conversar.”

Escreva “Companheiro de IA” dentro de um balão de fala ou ícone de chat.

Peça um momento de reflexão silenciosa:

“Para que serve um companheiro de IA? Com que objetivo poderemos utilizar um um companheiro de IA?”

Aguarde alguns segundos e, em seguida:

“Agora voltem-se para a pessoa ao vosso lado e partilhem uma ideia. Têm cerca de um minuto.”

Depois, recolha ideias da turma e escreva palavras-chave no quadro, por exemplo:

  • Responder a perguntas
  • Contar histórias ou piadas
  • Dar conselhos
  • Conversar por diversão

Envolva 2–3 voluntários e reforce a ideia de que não há respostas certas ou erradas – esta é uma exploração.

Primeira Parte (item 2 do passo-a-passo para os alunos)

Explique que vão agora comparar um amigo humano com um amigo de IA.

“Vou pedir que, no vosso caderno, façam duas colunas:
‘Amigo Humano’ de um lado e ‘Amigo de IA’ do outro. Em grupos pequenos, escrevam semelhanças e diferenças.”

Sugestão de exemplos para apoiar se estiverem com dificuldade:

Semelhanças:

  • Ambos podem “ouvir” e responder.
  • Podem lembrar-se de detalhes (aniversário, gostos, testes).
  • Podem enviar mensagens de apoio e animação.

Diferenças:

  • O amigo humano tem sentimentos reais e experiência de vida.
  • A IA apenas simula empatia com base em dados e programação.
  • Um amigo humano não grava automaticamente tudo o que dizes; uma app pode guardar as conversas num servidor.
  • Podemos magoar um amigo humano; a IA não se magoa nem se sente ferida.

Depois de alguns minutos, peça a alguns grupos para partilharem pontos importantes. Vá registando no quadro elementos chave que surjam na discussão e use perguntas de aprofundamento, por exemplo:

  • “Se a IA parecer muito real para mim, isso muda alguma coisa?”
  • “É importante que ela não tenha, de facto, sentimentos próprios?”

Explique, em linguagem acessível:

“Uma IA pode parecer empática e cuidadosa, mas no fundo está apenas a imitar essas respostas com base em código e dados. Não é uma pessoa, não tem uma vida própria nem sentimentos.”

Encoraje o respeito por opiniões diferentes e evite fazer juízos de valor; o objetivo é pensar criticamente, não assustar.

Segunda Parte (item 3 do passo-a-passo para os alunos)

Distribua a ficha Reflexões sobre os Companheiros de IA.

Explique:

“Agora cada um vai responder individualmente a algumas perguntas sobre companheiros de IA. Não há respostas certas ou erradas – o importante é que pensem com sinceridade.”

Dê cerca de 5–7 minutos para os alunos escreverem respostas breves.

A ficha inclui questões como:

  • Nas suas próprias palavras, o que é um Companheiro de IA?
  • Que coisas divertidas ou positivas poderia fazer com um Companheiro de IA?
  • Qual é um tópico ou segredo que não se sentiria confortável em partilhar com uma aplicação de IA? Porquê?
  • Acha que um Companheiro de IA poderia ajudar alguém a sentir-se menos só? Explique.
  • Tem alguma dúvida ou preocupação sobre Companheiros de IA depois da aula?

Depois de responderem, peça que, em pequenos grupos, partilhem 1–2 ideias, por exemplo:

  • Algo que não contariam a uma IA;
  • Uma preocupação ou dúvida que surgiu.

Promova uma partilha, pedindo 2–3 voluntários para cada tipo de pergunta. Alguns exemplos de respostas típicas:

  • “Tenho medo que os dados não sejam seguros.”
  • “É estranho contar coisas profundas a uma máquina.”
  • “Se estiver mesmo mal, prefiro falar com uma pessoa.”
  • “Ou, ao contrário, há quem diga que diria tudo à IA porque ela ‘não conta a ninguém’.”

A partir dessas respostas, clarifique:

“Mesmo que o bot pareça estar só a falar convosco, a empresa pode ver as mensagens ou usá-las para treinar o sistema. E, embora alguns bots possam dar dicas úteis, não são terapeutas nem substituem uma conversa séria com alguém em quem confiamos.”

Reforce a importância de falar com adultos de confiança quando estiverem perturbados, preocupados ou em situações de risco.

Conclusão  (item 4 do passo-a-passo para os alunos)

Faça uma síntese em linguagem simples, por exemplo:

“Hoje começámos a perceber melhor o que são os Companheiros de IA e porque podem ser apelativos. Vimos também as diferenças entre falar com uma IA e com uma pessoa real.”

Pontos-chave a reforçar:

  • Companheiros de IA podem ajudar a sentir menos solidão no momento, mas não substituem laços reais e duradouros.
  • A IA funciona com base em código e dados; não em sentimentos humanos genuínos.
  • É importante pensar na privacidade: que informação é ou não segura partilhar.
  • Mesmo algo “divertido”, como um amigo de IA, deve ter limites de tempo – equilíbrio é essencial.
  • Não devemos basear a nossa autoestima nas respostas de uma máquina.

Pode terminar com uma nota positiva:

“É normal achar estas tecnologias interessantes. O importante é continuarmos curiosos e críticos, sabendo que, por mais avançada que seja a IA, ela não substitui os amigos, a família e as pessoas que sentem e se importam connosco.”

Outras Recomendações

  • Para turmas mais jovens, limite o debate a conceitos simples como “amizade”, “confiança” e “emoções”.
  • Para alunos mais velhos, introduza tópicos éticos (ex.: dependência emocional, consentimento digital, dados sensíveis).
  • Pode articular esta aula com a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, no domínio Educação para os Media e Bem-estar Digital.
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