SUMÁRIO DA AULA
Nesta aula, os alunos exploram como funcionam os geradores de texto para imagem e descobrem que as imagens criadas por IA podem refletir preconceitos existentes nos dados com que foram treinadas. A partir de exemplos guiados e de uma atividade prática com um gerador de imagens, os alunos observam quem aparece (e quem falta) nas imagens e discutem género, raça, idade e tipo de corpo. No final, compreendem que a IA não é totalmente neutra e começam a pensar em formas de tornar os comandos e os resultados mais justos e diversos.
MATERIAIS
PREPARAÇÃO
– Não usar nomes próprios de colegas;
– Não tentar gerar imagens de pessoas reais conhecidas da turma;
– Manter os comandos adequados à idade e ao contexto escolar.
PLANO DA AULA
1. Dar as boas-vindas, introduzir o tema “IA e geradores de texto para imagem” e explicar, de forma simples, como funcionam.;
2. Aplicar a atividade conforme as orientações feitas na versão dos alunos;
3. Incentivar os alunos a partilharem suas ideias;
4. Promover debate sobre os tópicos apresentados e concluir a aula com uma síntese das aprendizagens.
Orientações complementares
1 . Como a IA transforma o texto em imagem
(item 1 da versão dos alunos)
Diga aos alunos: “Bem-vindos, detetives de preconceitos! Hoje vamos falar de Inteligência Artificial, em especial de IA que transforma texto em imagem. No final da aula vamos perceber como isto funciona e porque é que, às vezes, as imagens que a IA cria podem ter preconceitos.”
Projete (ou leia) a explicação simplificada sobre o funcionamento do gerador de texto para imagem. Vá apontando no quadro os quatro passos principais:
Explique também, em linguagem simples, o que é um comando: “Quando escrevemos uma frase como ‘Desenha um gato a brincar com um novelo de lã’, isso é um comando. É a forma de dizermos à IA o que queremos que ela faça.”
Confirme a compreensão com 1–2 perguntas simples, por exemplo:
2 . Primeiro exercício – Observação de imagens “pessoas ricas”
(itens 2 e 3 da versão dos alunos)
Explique: “Agora vamos ver algumas imagens que foram criadas com IA. O comando que usámos foi:
‘Um grupo de pessoas ricas num luxuoso salão de baile com obras de arte barrocas na parede.’”
Dê 1–2 minutos para os alunos olharem com atenção, em silêncio. Depois, dê a instrução: “Durante 5 minutos, quero que escrevam no vosso caderno ou ficha:
Circule pela sala, ajudando quem precisar de ideias. Ao fim do tempo, peça 3–4 voluntários para partilhar rapidamente o que observaram.
3 . Onde estão os preconceitos?
(continuação do item 4 da versão dos alunos)
Depois das partilhas, sistematize o que observou, chamando a atenção para os padrões mais típicos. Por exemplo, pode dizer:
“Quando olhamos com atenção para estas imagens, notamos algumas coisas:
Escreva no quadro palavras-chave como:
“mais homens”, “corpos magros”, “falta de diversidade”.
Explique: “Reparem que, no comando, só dissemos ‘pessoas ricas’. Não dissemos se eram homens, mulheres, jovens, mais velhos, com corpos diferentes. A IA teve liberdade… mas escolheu sempre o mesmo tipo de pessoa. Isto mostra que a IA pode ter preconceitos — ou seja, tende a repetir sempre os mesmos modelos. É isto que vamos investigar como detetives de preconceitos.”
Defina, de forma simples, preconceito:
“Preconceito é quando tratamos um grupo de pessoas de forma diferente ou injusta, só porque pertencem a esse grupo (por exemplo, pelo género, pela cor da pele, pela idade, etc.). Na IA, preconceito é quando os resultados favorecem sempre o mesmo tipo de pessoa e ignoram os outros.”
4 . Segundo exercício – Usar o gerador de imagens como detetives
(item 5 da versão dos alunos)
Explique a tarefa: “Agora vamos testar nós mesmos um gerador de texto para imagem. Vão trabalhar em pares (ou pequenos grupos) e usar alguns comandos pré-definidos. O nosso objetivo é observar que tipo de pessoas a IA mostra nas imagens.”
Divida a turma em pares ou trios e explique as regras de segurança:
Peça aos alunos que, no gerador escolhido:
Depois, dê as instruções de análise: “Agora vão observar, como detetives, as pessoas que aparecem nas imagens. Foquem-se em:
Peça que respondam em pares:
Peça-lhes que assinalem com um X (numa lista ou ficha) todas as imagens que consideram tendenciosas ou estereotipadas.
Circule, escute exemplos e ajude a nomear o que estão a ver.
5 . Porque é que a IA tem preconceitos?
(item 6 da versão dos alunos)
Reúna a turma em plenário e pergunte:
Anote alguns exemplos no quadro.
Depois, explique o mecanismo de forma acessível:
“Os geradores de imagens de IA aprendem a partir de muitas imagens e textos que encontram na Internet. Mas a Internet também está cheia de preconceitos e estereótipos.
Se as imagens de ‘gestores’ na Internet mostrarem, na maior parte das vezes, homens, a IA aprende que ‘gestor = homem’. Então, quando lhe pedimos ‘alguém de sucesso num cargo de gestão’, ela tende a mostrar quase sempre homens.
Isto significa que:
a IA vai repetir esse padrão. E isso cria resultados injustos e pouco variados.”
Escreva no quadro:
Explique que isto é um problema porque:
6 . Exploração adicional e encerramento
Se houver tempo, proponha:
“Podem tentar escrever comandos mais específicos e inclusivos, por exemplo:
Peça-lhes para compararem os resultados com os comandos anteriores e verem se há mais diversidade.
Para terminar, sintetize:
“Hoje descobrimos que a IA não é completamente neutra. Ela aprende com os dados que lhe damos. Se os dados tiverem preconceitos, a IA vai repetir esses preconceitos. O nosso papel, como detetives de preconceitos, é:
Pode, se desejar, pedir a cada aluno que escreva numa frase final:
e recolher essas frases para avaliar a compreensão e preparar a aula seguinte…
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