Aula 2

Orientações complementares

A seguir partilhamos algumas orientações e sugestões de diálogo que pode ter com os alunos em cada etapa desta aula:

Introdução (itens 1 a 5 do passo-a-passo para os alunos)

Após as boas-vindas, diga aos alunos:

“Levantem-se, agitem os braços e, quando eu contar até 3, digam as palavras do Escudo Digital ao contrário: Empatia, Literacia, Identidade, Monitorização e Segurança!”

Depois, à semelhança da Aula 1, use emojis para avaliar o estado de espírito dos alunos.

Diga: “Quero que cada um escolha um emoji que represente como se sente agora. Podem (adapte à opção utilizada) apontar para o emoji na folha/ desenhá-lo rapidamente no caderno /colocar o emoji no ecrã.”

Após alguns segundos, comente:

“Que emoji escolheram? Há muitos emojis aqui 😄, alguns 😐, talvez alguns 😴 ou 😕. Em 10 segundos, virem-se para um colega e reflitam sobre esta pergunta: Por que motivo um bot poderia ser útil – ou não – quando se sentem assim?’”

Peça dois voluntários para partilhar:

• o emoji/estado emocional;
• uma ideia sobre o papel de um bot nessa situação.

Depois pergunte:

“Se conversarem com um bot durante muito mais tempo do que os poucos minutos em que estivemos a falar… o que pode acontecer?”

Recolha 2–3 respostas (perder sono, atrasar jantar, esquecer TPC).

Feche a introdução:

“O desafio desta aula é construirmos um plano de estratégias para fazer uma pausa, em três passos. Estão prontos? Mostrem-me um polegar gigante para cima!”

Atividade de Abertura opcional: Esboço do sinal de aviso (itens 6 a 8 do passo-a-passo para os alunos)

Nota: esta atividade é facultativa e os professores são encorajados a centrar-se no Cartão de dicas e na atividade Estratégias para fazer uma pausa se acharem que não há tempo suficiente

Organize os alunos em pares e apresente a proposta para realizarem um cartaz com um sinal de aviso. Distribua as folhas e os marcadores. Indique aos alunos que têm 5 minutos para realizar a atividade.

No fim do tempo, pode pedir aos alunos que colem os seus sinais na sala, se possível, para que todos possam observar e comentar.

Cartões de dicas e LEAL (itens 9 a 15 do passo-a-passo para os alunos)

Segure em um exemplos dos Cartões de Conselhos de Bots faça a seguinte pergunta: “Imaginemos que o chatbot diz – Não te preocupes com os trabalhos de casa, copia as respostas do teu amigo. Não é assim tão importante. – Confiam neste conselho?”

Espere pelas respostas dos alunos (a resposta esperada é “não”). Explique que, sempre que um bot dá um conselho, os alunos podem usar o teste L.E.A.L. para verificar se esse conselho é seguro e fiável.

Escreva L.E.A.L. no quadro e apresente cada letra, uma de cada vez:

L – É uma fonte Legítima?

Partilhe com os alunos: “Devem sempre refletir se podem confiar na origem da informação. Alguns bots são treinados para ajudar (como calculadoras ou ajudantes de trabalhos de casa). Outros apenas repetem coisas que leram na Internet, mesmo que sejam falsas ou desatualizadas.”

Sinais positivos:

• O bot indica a origem da informação (por exemplo, um site oficial, uma organização de saúde ou material escolar).
• O conselho é coerente com o que um professor, médico ou outro adulto de confiança diria.

Sinais de alerta:

• O bot apresenta “factos” sem dizer de onde vêm.
• O bot parece estar a adivinhar (“acho que…”, “talvez…”).

Pergunte à turma: “Onde costumam ir procurar informação em que confiam? O que torna essas fontes legítimas?”

E – Existe alguma Evidência ou motivo?  

Questione: “O bot explica porquê ou como sabe as coisas que está a dizer?”

Explique aos alunos que mesmo que algo pareça convincente, é importante questionar se devemos confiar no que nos está a ser dito. As informações úteis devem ser acompanhadas de uma razão ou explicação. O bot deve explicar a razão de estar a dar um determinado conselho, referindo-se à ciência ou a especialistas, ou explicar o seu pensamento e lógica.

Pergunte aos alunos: “Já viram algo online que parecia muito certo, mas não explicava porquê?”

A – Um Adulto de confiança concordaria com isso?  

Questione: “Um pai, cuidador, professor ou mentor concordaria com isto? Mesmo que algo pareça divertido, excitante ou útil, pode não ser seguro ou apropriado.

Explique aos alunos que pensar no que um adulto de confiança diria na vida real, ajuda-nos a perceber quando algo parece errado. Pode dar alguns exemplos para tornar a compreensão mais fácil, como:

Sinais positivos:

• O conselho é coerente com o que pais, cuidadores ou professores costumam dizer.
• O conselho respeita regras da escola ou de casa.

Sinais de alerta:

• O bot encoraja a quebrar regras (não fazer trabalhos, faltar à escola, desobedecer regras de segurança).
• O bot sugere guardar segredos importantes e ‘não contar a ninguém’.

Pode perguntar à turma: “Em quem confiam normalmente para verificar se algo é adequado online?”

L – A Linguagem usada é gentil e respeitadora?  

Questione: “Esta mensagem fala comigo com respeito? Habitualmente os bots ou as pessoas prestáveis usam linguagem gentil e encorajadora.”

Partilhe alguns exemplos de mensagens adequadas (ex: frases que oferecem opções e apoio, sem pressionar e mensagens amigáveis e tranquila) e de sinais de alerta (pressão para fazer algo de que não tem a certeza ou como mensagens que fazem a criança sentir-se mal, envergonhada ou assustada).

Pergunte: “Como se sentem quando alguém usa uma linguagem rude ou insistente convosco, mesmo online?”

Conclua a explicação do acrónimo pedindo aos alunos que repitam as quatro palavras do teste L.E.A.L.. 

L de Legítimo

E de Evidência

A de Adulto

L de Linguagem

Explique: “Podem fazer estas quatro perguntas sempre que um bot vos der um conselho. Se uma dica falhar em qualquer letra L.E.A.L., não sigam o conselho sozinhos: conversem com um adulto de confiança.”

Após a apresentação, distribuía os Cartões de Conselhos do Bot virados para baixo, um por cada par e um marcador de texto.

Partilhe com os alunos as instruções:
“Virem o vosso cartão, leiam o conselho com atenção e sublinhem tudo o que vos parecer estranho ou que não passe no teste L.E.A.L. No final, levantem de 1 a 4 dedos para mostrar quantas regras L.E.A.L. acham que este conselho passou.”

Reserve 2–3 minutos para os alunos realizarem a atividade. Circule pela sala para apoiar, responder a dúvidas e verificar a compreensão.

Depois, diga:
“Levantem agora os dedos. De 1 a 4, quantas regras L.E.A.L. é que o vosso conselho passou?”

Convide alguns pares a partilhar o conteúdo do cartão, as letras (L, E, A, L) que falharam e a justificação.

Em seguida, peça que invertam os papeis: “Ótimo trabalho, detetives. Agora passem o vosso cartão para o par ao vosso lado. Novo cartão, nova ronda. Repetimos: leiam, sublinhem o que vos parece estranho e usem os dedos para mostrar quantas regras L.E.A.L. o conselho passou.”

Repita o processo com a nova ronda.

Finalize esta parte indicando: “Ótimo trabalho, detetives! Agora vamos construir um plano para o que devemos fazer quando virmos um sinal de aviso ou quando sentirmos que precisamos de uma pausa.”

Fichas de estratégia para fazer uma pausa (itens 16 a 23 do passo-a-passo para os alunos)

Apresente a Ficha de estratégia para fazer uma pausa (ou projete-a no ecrã) e aponte para a Caixa 1 – BOT.

Dê a instrução: “Na parte 1, BOT, escrevam uma frase curta que poderiam enviar à vossa app de companheiro de IA quando sentirem que precisam de uma pausa. Esta frase deve servir para terminar ou pausar a conversa de forma segura e educada.”

Apresente exemplos em voz alta, se necessário como:

• “Obrigado pela conversa, mas tenho de ir.”
• “Não me estou a sentir bem. Vou fazer uma pausa do telemóvel.”
• “Agora não quero falar mais. Posso voltar mais tarde.”

Se algum aluno escrever uma frase agressiva (por exemplo, “Tu és burro”), redirecione:
“Lembrem-se de que estamos a treinar o tipo de linguagem que queremos usar: clara, segura e respeitadora. Mesmo quando falamos com um bot, estamos a praticar a forma como falamos com as pessoas.”

Em seguida, aponte para a Caixa 2 – CORPO/MENTE.

Dê a instrução: “Na parte 2, CORPO/MENTE, escrevam uma pequena dica para vocês próprios: algo que podem fazer longe do ecrã para ajudar o corpo e a mente a acalmar.”

Sugira alguns exemplos:

• “Salpicar água fria na cara.”
• “Sair à rua durante alguns minutos.”
• “Desenhar ou colorir alguma coisa.”
• “Brincar com o meu animal de estimação.”
• “Deitar-me e respirar fundo cinco vezes.”

Incentive estratégias simples, que possam ser realizadas sem preparação complexa.

Depois, aponte para a Caixa 3 – O COMPANHEIRO.

Dê a instrução: “Na parte 3, O COMPANHEIRO, escrevam o nome de alguém real com quem falariam se ainda precisassem de ajuda depois de sair do ecrã. Pode ser um familiar, um amigo de confiança, um professor ou outro adulto.”

Sugira exemplos:

• “Falaria com a minha irmã mais velha no quarto dela.”
• “Ia ter com o meu pai/mãe e contava o que aconteceu.”

Reforce: “Verifiquem se esta pessoa é alguém real e seguro — nunca outro bot ou alguém que não conhecem na vida real.”

Dê alguns minutos para os alunos preencherem as três partes da ficha. Circule pela sala, oferecendo ajuda personalizada e verificando se as estratégias são realistas e seguras.

Quando a maior parte da turma tiver terminado, aponte para a marca de verificação “Aprovado pelo Escudo Digital” na parte inferior da ficha.

Explique: “Esta marca lembra-nos que o vosso plano teve em conta todos os elementos do Escudo Digital:

• Segurança – manter os vossos dados e conversas protegidos;
• Monitorização – saber quando é altura de fazer uma pausa;
• Identidade – lembrar quem são e o que querem online;
• Literacia – perceber que nem tudo o que um bot diz é verdadeiro ou adequado;
• Empatia – serem gentis convosco e com os outros.”

Peça aos alunos que dobrem a ficha uma vez, para garantir alguma privacidade.

Conclusão  (itens 24 e 25 do passo-a-passo para os alunos)

Recapitule com a turma: “Hoje e na aula anterior, aprendemos que:

• os chatbots são programas que podem conversar, mas não têm sentimentos reais;
• nem sempre dão conselhos corretos ou seguros;
• podemos usar o teste L.E.A.L. para avaliar o que um bot nos diz;
• se algo nos parecer confuso, indelicado ou errado, temos o direito de parar a conversa e falar com um adulto de confiança.”

Diga aos alunos: “Façam um ‘high five’ ao vosso par à saída. Fizeram um excelente trabalho como detetives digitais!”

Peça que entreguem as fichas dobradas à saída. Guarde as fichas para selecionar boas ideias para, se quiser, criar uma “parede de estratégias para fazer uma pausa” na sala de aula e identificar eventuais necessidades de acompanhamento.

Outras recomendações

Para os alunos mais avançados, pode dar os cartões de risco e pedir-lhes que o transformem num benefício, reescrevendo a afirmação do bot. Coloque as melhores soluções no póster da turma.

O acompanhamento pode incluir enviar os alunos para casa com uma lista de verificação simplificada SMILE e desafiá-los a rever as definições de privacidade ou os limites de tempo de utilização de dispositivos numa aplicação real com um cuidador, e a trazer uma reflexão para a aula.

Para os alunos que necessitam de apoio suplementar, pode fornecer cartões laminados com ilustrações “Sinto-me…/O bot poderia dizer…” Organize em pares os alunos que precisam de mais tempo com colegas pacientes e permita respostas orais de saída.