1. Bem-vindos! Hoje vamos falar sobre privacidade.
Vamos a isso?
Para começar, pensa e responde com gestos: Mostrem ao professor um 👍 se alguma vez alteraram uma definição de privacidade numa aplicação, ou um 👎 se nunca o fizeram. Quem é que aqui lê realmente os Termos e Condições antes de tocar em Aceitar?
Muitos jovens saltam etapas da privacidade. Nesta aula vamos aprender porque é que isso é importante.

2. Debate sobre a perceção de controlo
“Dados” é uma palavra complicada e pode significar muitas coisas. Podem ser palavras ou números nas aulas de matemática. No debate de hoje, vamos falar sobre os dados que a Internet e as aplicações que utilizam recolhem sobre vocês. Para nós, os dados são qualquer informação sobre o utilizador que um dispositivo ou aplicação possa memorizar.
Pensem no assunto durante 30 segundos e depois, durante 1 minuto, debatam com a pessoa que está sentada ao vosso lado. Tentem escrever 2 ou 3 ideias/razões.

3. Observador ativo
Vamos tornar o processo invisível de recolha de dados em algo vívido e memorável para vocês, para que faça sentido. Se o vosso telemóvel fosse uma pessoa que vos seguisse durante todo o dia, o que saberia ao pôr do sol?
Peguem numa folha de papel ou, nos seus dispositivos, que tenham uma página de “notas” e que criem notas uns sobre os outros em pares. Trabalhem em pares e cada um deve falar com o outro sobre um jogo que jogue, um site que visite ou uma atividade para a qual utilize o telemóvel.
Vocês têm ideias de coisas que fazem com esse serviço que possam ser coisas que a aplicação esteja a ouvir?
Imaginem cada aplicação como um observador ativo; não uma câmara passiva, mas um amigo curioso que escreve tudo o que vocês fazem e até o que poderão fazer a seguir. Imaginem que cada vez que passam o dedo no vosso tablet ou telemóvel, esta aplicação adiciona uma nota sobre quem vocês são e o que estão a fazer.
Por exemplo, se tocarem em “Gosto” num meme de futebol → a nota dirá que adoram a liga de futebol do “país”. Se o vosso GPS marcar 15:32 → a nota dirá que às 15:32 estavam junto ao portão da escola. Se o telemóvel enviar uma notificação de que a bateria atingiu 15% → a nota dirá que o telemóvel foi muito utilizado hoje. Ignoram anúncio de sapatilhas → a nota pode dizer que não estão interessados em sapatilhas. Uma a uma, estas notas formam um puzzle que revela uma imagem muito precisa de vocês.
Agora pensem se certas coisas que fazem nos vossos telemóveis ou tablets são aquilo a que chamamos DADOS FORNECIDOS – factos que fornecem conscientemente, como o nome do vosso perfil, e-mail ou uma selfie. Ou se são aquilo a que chamamos DADOS INFERIDOS – conclusões que a aplicação tira por si própria a partir dos padrões que analisa, coisas como o vosso estado de espírito, os filmes que planeiam ver ou o vosso desporto preferido.
O professor avi apresentar algumas imagens. Escrevam numa folha de papel ou nos vossos dispositivos se acham que são DADO FORNECIDOS ou DADOS INFERIDOS.
Aquilo que devem ter em conta é que o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), em vigor em toda a União Europeia (mas não na Turquia), estabelece novas regras rigorosas sobre a forma como os dados pessoais devem ser recolhidos, processados e armazenados pelas organizações que operam na UE e no Reino Unido. Isto significa que podem (a) Aceder ao bloco de notas, (b) Apagar páginas de que não gostem, ou (c) Mover o bloco de notas para uma nova aplicação. Isso é que é verdadeiro poder.

4. Conclusão
Hoje conheceram o observador ativo invisível do vosso telefone. Cada toque torna-se uma nota, mas são vocês quem seguram na caneta. Usem os vossos poderes para acederem às notas, para apagar o que não vos agrada e para as transferir para um local da vossa confiança.
Escolham em silêncio uma ação que irão reescrever esta noite. Talvez eliminar o interesse de um anúncio ou desativar a localização.
Proteger a privacidade não é uma definição, é na verdade um hábito. Ensinem a alguém em vossa casa a diferença importante entre dados fornecidos e dados inferidos.